O Federal Reserve permanece inalterado, mas internamente está uma verdadeira confusão! É a primeira vez em mais de trinta anos, o mercado ficou completamente perplexo.

#Decisão de Taxa do Fed A reunião do FOMC do Fed terminou novamente com a decisão de "manter a taxa inalterada", fixando a taxa de referência na faixa de 4,25%-4,50%. Esta é a quinta vez consecutiva que a política permanece inalterada. No entanto, ao contrário do usual, esta reunião expôs uma rara divergência de políticas dentro do Fed em mais de trinta anos, juntamente com os sinais ambíguos emitidos por Powell na conferência, o mercado está reavaliando o caminho da política do Fed.
Impasse político e fissuras internas
O cerne da discussão é quem é mais importante: a "inflação" ou o "crescimento".
O que mais chamou a atenção nesta reunião não foi a decisão de manter as taxas de juro em si, mas as divergências significativas que surgiram durante a votação. Os diretores Waller e Bowman expressaram publicamente o seu apoio à redução das taxas de juro, sendo esta a primeira vez desde 1992 que dois decisores votaram contra a manutenção das taxas.
Simplificando, existem duas facções: uma acredita que, atualmente, os preços (inflação) ainda não estão completamente estabilizados e ainda estão longe do objetivo; se cortarem as taxas de juros agora, os preços podem voltar a subir, é melhor esperar mais um pouco. A outra facção está preocupada que o crescimento econômico já desacelerou, e com as taxas de juros tão altas, isso pode arruinar a economia, então é preciso reduzir as taxas rapidamente para evitar riscos.
Pela declaração, o Federal Reserve tem uma visão cautelosa sobre a economia: de um lado diz que "o crescimento econômico foi lento no primeiro semestre, o futuro é incerto", e do outro lado afirma que "os preços ainda estão um pouco altos".
Esta formulação não é apenas diferente da postura hawkish anterior, mas também não emite sinais dovish claros, destacando o dilema atual da política monetária — em termos simples, é o medo tanto de uma ressurgência da inflação quanto de uma desaceleração econômica, preso no meio é difícil de lidar.
A arte ambígua de Powell e a reação do mercado
Embora eu já esteja acostumado, o mercado está um pouco confuso.
Powell manteve sua estratégia narrativa "dependente de dados" na conferência de imprensa, enfatizando que "nenhuma decisão foi tomada sobre a reunião de setembro" e afirmando que não pode tomar decisões com base no gráfico de pontos de junho. Essa declaração parece neutra, mas na verdade intensificou a incerteza no mercado.
É importante notar que ele quantificou pela primeira vez o impacto das tarifas sobre a inflação - entre 30% e 40% da inflação subjacente está relacionada com tarifas, e esta afirmação fornece uma explicação para a rigidez da inflação, além de reservar espaço para futuros ajustes de política.
O mercado reagiu de forma intensa a essa ambiguidade. Após a divulgação do comunicado, a queda diária do ouro rapidamente se ampliou para 50 dólares, o índice do dólar subiu em meio à tendência contrária, o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos voltou a 4,38%, e as ações americanas sofreram pressão para baixo, com o $BTC Bitcoin caindo temporariamente abaixo de 116 mil dólares. Essa reação sincronizada entre diferentes classes de ativos mostra que os investidores estão ajustando rapidamente suas expectativas em relação a cortes de juros: a probabilidade de um corte em setembro caiu de 60% antes da reunião para 49,6%, e a expectativa de cortes ao longo do ano encolheu de 44 pontos base para 36 pontos base.
As variáveis chave do caminho político futuro
O futuro do Federal Reserve em relação à redução das taxas de juros dependerá principalmente de três fatores:
1. Se os preços (inflação) podem continuar a cair, e se o mercado de trabalho vai esfriar. Powell disse: "Os preços estão mais longe do objetivo do que o emprego", o que significa que, se os preços não se estabilizarem, não se pode esperar cortes nas taxas de juros; mas se os postos de trabalho diminuírem, pode ser necessário mudar de ideia.
2. A política tarifária vai mudar ou não. Embora Powell acredite que o impacto das tarifas na inflação é temporário, a participação de 30%-40% significa que mudanças na política comercial podem interferir significativamente no caminho da inflação. Se Trump aumentar repentinamente as tarifas, os preços podem subir novamente, e os planos do Federal Reserve terão que mudar.
3. A economia vai piorar? A reunião reconheceu a desaceleração do crescimento econômico, mas enfatizou que a economia "está em uma posição estável". Essa declaração contraditória reflete a cautela em relação ao risco de recessão, significando que a taxa de crescimento econômico já desacelerou. Se o consumo e o investimento não melhorarem nos próximos tempos, pode ser necessário priorizar o crescimento, independentemente da situação dos preços.
Além disso, Trump também disse que "em setembro haverá certamente uma redução das taxas de juro", embora o Federal Reserve diga que é independente, mas sendo observado assim, deve haver bastante pressão. A reunião de setembro será um ponto chave.
De um modo geral, o Fed agora está atravessando o rio tateando as pedras, sem se atrever a agir com facilidade. Embora haja discussões internas, isso pode tornar a política mais alinhada com a realidade. Para nós, não adianta especular quando haverá cortes de juros; o importante é acompanhar os dados: os preços caíram ou não? Está fácil ou difícil encontrar trabalho? A economia está piorando? Esses são os pontos-chave.
Os dados económicos das próximas seis semanas vão decidir se haverá ou não uma redução das taxas de juro em setembro. Este "barulho" pode ser a nova normalidade do Federal Reserve na sua resposta a uma economia complexa.